Indústria 4.0: entenda o conceito e as oportunidades que ela promove

indústria 4.0


O conceito de indústria 4.0 tem sido muito discutido ultimamente. Já não é de hoje que se fala em “Indústria Inteligente” ou “Quarta Revolução Industrial”. Isso porque, o surgimento de novas tendências ao mesmo tempo em que empolga, preocupa, considerando que implica na agilidade das empresas para inovar e manter competitividade e posicionamento de mercado.

Ocorre que esse novo movimento tecnológico está mudando completamente a maneira como as coisas funcionam, prometendo aumentar a economia, gerar empregos de maior qualificação e, consequentemente, elevar padrões de vida.

E, acompanhar essas tendências faz com que o segmento industrial adentre cada vez mais no universo da Tecnologia da Informação, o que aponta para grandes oportunidades e desafios.

Para entender melhor a indústria 4.0 e sua importância no atual cenário, preparamos este post para esclarecer alguns aspectos do conceito, seus impactos e oportunidades. Então, se você quer saber mais sobre o assunto, é só continuar com a leitura!

O que é indústria 4.0

Basicamente, a indústria 4.0 engloba as principais inovações tecnológicas referentes a automatização, controle e tecnologia da informação, aplicadas aos processos de manufatura.

O conceito foi desenvolvido pelo alemão Klaus Schwab, diretor e fundador do Fórum Econômico Mundial. Segundo ele, já estamos vivendo essa nova era que “transformará fundamentalmente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos”, como defende em seu livro “A Quarta Revolução Industrial”, publicado em 2016.

Schwab explica que o conjunto dessas tecnologias disruptivas, como inteligência artificial, big data, internet das coisas, automatização, realidade aumentada, impressão 3D, biologia sintética, nanotecnologia e outros é o que impulsiona essa nova fase.

Na quarta revolução industrial todas essas tecnologias se convergem  estabelecendo uma conexão cyber-física. Ou seja, elas atuam em conjunto e conectam o mundo digital, o físico (as coisas) e o biológico.

Na indústria, essa conexão permite que máquinas e sistemas conversem entre si, automatizando processos e trocando informações tempo real, o que torna a produção mais eficiente, autônoma, flexível e customizável.

E, quando se fala em automatização, não se fala apenas do operacional, mas também da análise de dados, extremamente precisa e com rapidez impossível para um ser humano, por exemplo.

Por fim, falar sobre Indústria 4.0 é falar da tecnologia mais rápida, mais inteligente e precisa.

Contexto histórico

É importante entendermos o contexto histórico, porque as inovações que vivemos hoje são frutos das transformações do passado. Ou seja, a revolução causada pela indústria 4.0 faz parte de uma sequência de revoluções anteriores.

Tudo começa na segunda metade do século XVIII, na Primeira Revolução Industrial, quando as máquinas à vapor e a locomotiva surgiram apresentando o carvão como força motriz, o que fez surgir as primeiras ideias de manufatura, com o surgimento das primeiras fábricas, que aos poucos substituíram a produção humana artesanal.

Já em meados do século XIX, a energia elétrica, o petróleo e a química foram os protagonistas da Segunda Revolução Industrial, período que ficou marcado pelo desenvolvimento de tecnologias e produtos, como o avião, os primeiros telefones, enlatados, entre outros.

A Terceira Revolução Industrial chegou então, após a Segunda Guerra Mundial, na metade do século XX, nos apresentando os eletrônicos, como o computador e, ampliando nossos conhecimentos a partir da tecnologia da informação e das telecomunicações.

E, chegamos à Quarta Revolução Industrial que, alavanca a internet aponta para um futuro cada vez mais integrado e com manufaturas muito mais inteligentes.

Impactos da Indústria 4.0 na logística

Neste cenário de inovação, as indústrias se tornam mais enxutas e eficientes e este avanço da indústria também requer que o armazenamento e distribuição dos produtos também evolua. E é aí que entra a Logística 4.0.

Isso significa uma mudança na cultura das empresas e na forma de criar estratégias, já que as mudanças da logística tradicional para a 4.0 são bruscas e precisam ser feitas com agilidade.  Só para exemplificar, no lugar dos estoques enormes agora espera-se estoques pequenos ou até zero. Além disso, as informações precisam ser atualizadas em tempo real e estar ao alcance dos clientes, assim como é necessário ter centros de distribuição mais integrados e alta conectividade.

Tudo isso porque a logística 4.0 tem como premissa o investimento em tecnologia para expandir a fração de mercado controlada pela empresa, o market share.

Impactos no setor portuário

Falar de indústria 4.0 envolve também a atividade portuária, já que os avanços decorrentes dessa mudança impactam na maneira como a logística acontece neste setor.

Tendências como automatização e integração animam as empresas do segmento uma vez que projetam grandes oportunidades.

No Brasil, inclusive, alguns portos têm buscado adotar políticas para a implementação do chamado “Porto 4.0”, como é o caso do Porto de Salvador, que anunciou um projeto-piloto.

Num cenário 4.0, a leitura do que acontece no porto é automatizada, o carregamento é por meio de sensores de peso, a liberação de caminhões é por meio de leitores óticos, navios são abastecidos por energia solar, por exemplo.

E tudo isso permite operações mais flexíveis, maior conhecimento sobre os clientes, respostas mais rápidas às demandas de mercado, o que gera aumento da produtividade e redução de custos.

O cenário da Indústria 4.0 no Brasil e oportunidades


Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), no Brasil o setor industrial é responsável por 22% do Produto Interno Bruto (PIB), 70,8% das exportações, 67,4% da pesquisa e desenvolvimento do setor privado e 9,4 milhões de empregos. A cada um real produzido na indústria, são gerados R$ 2,40 na economia brasileira.

Diante desse cenário que envolve uma área fundamental para o País e onde a concorrência é acirrada, desenvolver a inovação é mais que necessário.

Por isso, aumento da produtividade, redução de custos, redução de perdas, customização da produção e controle sobre o processo produtivo são impactos esperados pela adoção de tecnologias da Indústria 4.0 e que apontam para transformações ainda maiores no setor.

Conforme o levantamento da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), a introdução de conceitos da Indústria 4.0 na matriz produtiva brasileira pode gerar uma economia de R$ 73 bilhões ao ano.

Deste total, calcula-se que haja uma economia de R$ 35 bilhões com os custos de reparos em equipamentos; R$31 bilhões  com ganho de eficiência produtiva e R$ 7 bilhões com redução no gasto de energia.

O problema é que, ainda de acordo com a ABDI, menos de 2% das organizações do País estão de fato inseridas nesse conceito..

Outro benefício da Indústria 4.0 é redução dos impactos ambientais, já que a otimização dos processos industriais pode reduzir as emissões de CO2, reduzir gastos desnecessários e contribuir para uma produção mais sustentável.

E, tudo isso sem mencionar que essa revolução tem a capacidade de movimentar US$ 15 trilhões nos próximos 15 anos.

Como vimos, a indústria 4.0 já é uma realidade e promete muitas oportunidades para as organizações, que serão cada vez mais impactadas por este movimento.

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