5G no Brasil: como a tecnologia influenciará nos portos



A tecnologia 5G promete revolucionar o Brasil, com a expectativa de ser mais ágil e veloz, permitindo novas possibilidades a diferentes áreas, inclusive ao setor portuário.

Espera-se que a nova rede faça a interconexão de equipamentos e dispositivos, o que possibilitará o acesso a produtos inovadores com o desenvolvimento da IoT - Internet of Things, que em português significa Internet das Coisas.


Como o 5G  influenciará os portos brasileiros?


A tecnologia 5G é a quinta geração de internet móvel que chegará ao país. 


Em artigo publicado no jornal A Tribuna, na quarta-feira (10), o executivo e apresentador do programa Porto 360º, Maxwell Rodrigues, explicou que, em relação à área portuária, a rede influenciará, por exemplo, um STS - Ship to Shore (portainer), que poderá ser operado de forma remota. Assim, os funcionários não terão que ir até a empresa, já que conseguirão manusear os equipamentos de casa. 


A ação será possível devido a avançada capacidade de transmissão de dados via internet 5G, que autoriza inúmeros equipamentos conectados em uma mesma rede, operados de forma remota e segura. 


Essa nova era de tecnologia móvel que o Brasil e os portos conhecerão inclui como serão administrados os dados gerados em grande número e o que fazer com eles, já que atualmente existe uma explosão global de informações.


Para isso acontecer, haverá uma mudança da gestão, passando a mão de obra feita por pessoas para máquinas, com dados em tempo real, na intenção de garantir decisões acertadas. Mesmo que hoje já aconteça o rastreio de equipamentos, cargas e contêineres nas operações portuárias, os dados são gerados, mas ainda há o questionamento do que fazer com eles. A tendência agora é que as máquinas comecem a conversar umas com as outras, o chamado M2M - Machine-to-Machine (Máquinas para Máquinas) e a inclusão de IoT vai alavancar essa nova condição.


Como parte da migração dessa tecnologia, Maxwell Rodrigues descreveu em seu artigo que, para atender a nova realidade, redes internas, dispositivos, máquinas e equipamentos precisarão ser substituídos ou sofrerão atualização.




Mão de obra 


Apesar das possibilidades que serão abertas com a chegada do 5G, o setor portuário também terá que se reinventar. Além disso, será preciso uma alta demanda de profissionais qualificados que atendam as necessidades, como a manutenção de hardware, implantação de projetos e desenvolvimento de sistemas. 


De acordo com os sócios-diretores da T2S Tecnologia e professores das Fatecs na Baixada Santista, Ricardo Pupo Larguesa e Rodrigo Lopes Salgado, é preciso incentivar a capacitação e educação dos jovens, sendo uma oportunidade para que cresçam no mercado que precisa de profissionais qualificados. 


Na empresa, ambos incentivam os colaboradores da T2S a estarem cada vez mais preparados. “Assim como na empresa, buscamos pessoas qualificadas e incentivamos que as atualizações sejam realizadas no decorrer da carreira profissional”, comentou  Ricardo Pupo. 


Já Rodrigo Salgado reforça que é “essencial oferecer oportunidades durante esse período de ampliação do mercado tecnológico”, conclui.    


O que é a tecnologia 5G


A tecnologia 5G é a quinta geração de internet móvel que chegará ao Brasil. Até o momento, o país usa o 4G, tendo como principal diferença entre eles a velocidade na transferência de informações, chamada de latência.


Para se ter uma ideia, um aparelho com 4G demora até 54 milissegundos para processar um download de vídeo de 1 Gigabyte, enquanto com o 5G, espera-se que o intervalo seja entre 1 e 2 milissegundos para processar até 20 Gigabytes. Isso equivale a uma velocidade até 20 vezes maior para os usuários.


Outro diferencial que o empresário Maxwell Rodrigues comentou sobre a rede 5G em seu artigo é a quantidade de dispositivos que podem estar conectados: no 4G a cobertura é de 10 mil aparelhos por quilômetro e no 5G a rede de cobertura pode ser de até 1 milhão de aparelhos por quilômetro.


Inicialmente o acesso ao 5G deve se concentrar nas cidades e regiões mais ricas do país, pois as operadoras devem instalar as antenas em bairros com uma demanda maior de conexão. Outro fator que vai limitar o acesso à tecnologia é que nem todos os celulares serão compatíveis e os que forem custarão mais.

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