TOC Europe mostra as principais tendências nos portos em volta presencial do evento na Holanda

Diretores da T2S participaram da feira internacional e também visitaram terminais automatizados

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A TOC Europe, principal evento internacional voltado ao porto, cadeia de suprimentos e de carga, retomou o formato presencial após dois anos de pandemia com as principais tendências e novidades do mercado.

Realizada em Rotterdam, na Holanda, de 14 a 16 de junho, os participantes puderam rever clientes, fornecedores, estreitar relacionamentos e fazer networking. Diferentes palestras aconteceram abordando os desafios do setor marítimo e logístico, com foco em inteligência de negócios, sustentabilidade e tecnologia.

Estiveram presentes na feira de negócios os engenheiros de computação, professores universitários e diretores da T2S, Ricardo Pupo Larguesa e Rodrigo Lopes Salgado, que citaram a realização de um painel brasileiro no segundo dia.

O painel teve como tema principal a privatização dos portos brasileiros, o que inclui a desestatização do Porto de Santos, maior complexo portuário da América Latina, prevista pelo governo federal para o final do ano. O painel foi apresentado pelo diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Eduardo Nery, pelo CEO da Brasil Terminal Portuário (BTP), Ricardo Arten e pelo diretor do departamento de Gestão e Modernização Portuária da Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários, Otto Luiz Burlier.

Segundo Ricardo Pupo, o evento sempre agrega grandes experiências. “Nós frequentamos a TOC desde 2014. Esse ano fomos com um grupo de brasileiros e voltamos com uma experiência até mais rica, já que essa delegação organizou uma série de visitas técnicas para conhecer o sistema portuário e tecnológico de Rotterdam, um dos mais desenvolvidos do mundo”, comentou.

A delegação foi organizada em Santos, no Litoral de São Paulo, com empresários e autoridades da área, como representantes do Ministério da Infraestrutura, Antaq e de terminais portuários.

Visitas técnicas e terminais automatizados

Antes da TOC Europe, Rodrigo Salgado, Ricardo Pupo e outros profissionais que foram à Holanda com o grupo brasileiro puderam realizar visitas técnicas e conhecer terminais automatizados, chamados também de “Terminais Fantasmas”, como os da APM Terminals, Euromax e RWG - Rotterdam World Gateway.

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Salgado conta que existe uma área do terminal operada apenas por sistemas, sem pessoas no local. “É literalmente uma cerca, cheia de sensores e qualquer porta que um humano abra, os equipamentos param. Existe toda uma operação e os guindastes colocam os contêineres para dentro ou para fora desse espaço, sendo o único equipamento controlado por pessoas, mas remotamente, de uma sala de controle.”

Apesar da tecnologia, Rodrigo Salgado cita que as atividades são mais lentas que a operação manual. “Quando tem uma pessoa operando, a gente consegue deixar mais preciso o ajuste. A ação é mecanizada, mas os equipamentos não são inteligentes porque recebem instruções de pessoas que planejaram aquela operação e as executam de maneira totalmente automatizada.”

Ricardo Pupo acredita que a tecnologia vai demorar para chegar ao Brasil por conta das taxas e tributos e pelo custo da automação, já que os equipamentos são importados. Há também o medo da perda de empregos. “Isso é algo equivocado porque, na prática, os empregos de salários menores são substituídos por empregos de maior valor agregado. Tendo uma política de capacitação, esses profissionais assumiriam outras posições, com salário maior e benefícios.”

Mesmo sem automação, Pupo comenta que os terminais do Brasil, principalmente os de contêineres, são bem desenvolvidos tecnologicamente.

Houve também visitas ao STC - Shipping and Transport College, uma faculdade de Transporte e Navegação, que oferece treinamentos focados em navegação, operação logística e portuária e ao Centro de Simuladores, onde pessoas são capacitadas para operar equipamentos próximos da realidade.


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Ainda visitaram a Van Oord Operações Marítimas, empresa holandesa que opera dragas e é responsável pela dragagem do Porto de Santos. Na visita, Ricardo Pupo e Rodrigo Salgado embarcaram na segunda maior draga do mundo e conheceram a operação.

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