Veja os principais reflexos do conflito entre Rússia e Ucrânia nos portos brasileiros

 Ações militares já têm gerado impactos ao setor de forma nacional e mundial

Divulgação/Reuters/Murad Sezer


Os reflexos da invasão da Rússia à Ucrânia já são notados em todo o mundo e em diferentes segmentos, servindo de alerta à economia e ao setor portuário brasileiro, que envolve também o Porto de Santos.


As ações militares chegaram ao nono dia na sexta-feira, dia 4, sendo o maior conflito entre países europeus desde a Segunda Guerra Mundial, com ataques russos feitos por terra, ar e mar. 


Apesar de estarem distantes, o cenário preocupa pela forma que pode atingir o setor marítimo, a logística, o mercado e a produção no Brasil e no mundo.


Os principais impactos


Dos impactos diretos que o ataque da Rússia à Ucrânia tem gerado, navios foram atingidos por mísseis na região do Mar Negro. Ao menos uma embarcação japonesa e um navio com bandeira do Panamá foram atingidos enquanto navegavam pela região. 


Para garantir a segurança dos cargueiros e dos tripulantes, os principais armadores mundiais suspenderam os embarques com origem ou destino aos países envolvidos, preocupados também com as sanções econômicas que diferentes locais têm aplicado à Rússia.


Entre as empresas estão Maersk, MSC Shipping e CMA CGM, sendo que a última suspendeu as escalas para a Ucrânia.


Tal medida deve afetar as operações nos portos brasileiros, já que pode impactar importações de insumos, exportações de commodities e gerar um aumento de custos no comércio exterior. 


Outra consequência é o aumento da inflação mundial, forçada pela alta do preço do petróleo, a escassez de produtos, como fertilizantes e o risco à navegação mundial.


Para se ter ideia, o preço do barril de petróleo fechou aos US$ 110,00 na quinta-feira, dia 3, no mercado britânico, depois de chegar a encostar nos US$ 120,00 durante a sessão. Esse patamar não era registrado desde 2014.

A escalada do preço acontece conforme crescem as preocupações de que as sanções à Rússia prejudiquem o fornecimento de energia para o restante do mundo.


Especialistas consideram que o preço se manterá acima de US$ 100 por alguns meses, independentemente da duração do conflito. Com isso, no Brasil, a Petrobras pode não conseguir segurar o repasse do aumento, principalmente se o dólar voltar a subir.


Reflexos no Brasil (e em Santos)


Profissionais do setor afirmam que os impactos serão sentidos nas importações e nas exportações, algo preocupante na área econômica, já que os embarques de commodities têm grande participação na balança comercial brasileira.


Nos portos brasileiros, o principal alerta são os fertilizantes. Mesmo que existam outros países produtores além da Rússia, como o Canadá, por exemplo, o preço pode aumentar, o que afeta outras atividades como a agricultura e o consumo final.


Além disso, haverá o impacto no preço e na distribuição de outros produtos, como grãos, minérios, entre outros. Os custos com frete e logística também devem subir, já que os embarques de soja, milho, carne e açúcar não serão realizados nos países em conflito por conta dos cancelamentos das escalas.


É também levado em consideração a economia brasileira que será afetada com o aumento do petróleo, a instabilidade do dólar e o temor pela alta da inflação. O cenário de preços mais altos e atividade estagnada é prejudicial para a economia geral, impactando desde consumidores até integrantes das cadeias produtivas.

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